Fróis, João
Moçambique, 1949
Vive actualmente em Ponte de Lima, completamente arredado do sistema, numa espécie de isolamento que lhe permite levar os dias como gosta, livre e desprendido de questões materiais.
Autodidacta, faz arte como terapia mental, sobretudo quando a vida lhe corre menos bem, nunca tendo manifestado grande interesse em projectar-se como artista.
Os desenhos psicadélicos e surrealistas, impregnados de motivos africanos, que compõem a sua obra começaram por ser criados sobre vulgares folhas de caderno ou pedaços de cartão que encontrava na rua, usando uma caneta de aparo ou uma simples esferográfica. A cor presente em alguns dos trabalhos resulta da aplicação invulgar de tintas de vitral.
Se, por um lado, são criações marcadas por uma clara circunstancialidade mental do artista, por outro, estão, como o seu criador, alheadas de quaisquer circunstâncias espaciais ou temporais, por força da alienação a que este se entregou.