Benetto, Éric

França, 1972

Para Éric Benetto, nascido em 1972 em La Roche-sur-Yon, a descoberta – aos 17 anos – da obra mediúnica do mineiro de carvão Augustin Lesage foi uma verdadeira epifania. Profundamente meditativo, fundamentalmente desconfiado, Benetto compreendeu finalmente que o seu sentimento de exílio encontraria uma saída inesperada na arte. Enquanto trabalhava em todos os tipos de empregos entre duas viagens à Índia – ferroviário, investigador telefónico, segurança de fábricas de produtos químicos e tantos outros – começou a transcrever o que viria a ser a sua gramática formal em diários de viagem. Em breve, sobretudo a tinta-da-china, e por vezes o lápis, conquistariam superfícies maiores. No início utilizou papel pardo, antes de descobrir, graças a um trabalho num hospital, o potencial das radiografias e de outras imagens de ressonância magnética: transparência e escuridão simultâneas em busca da luz. A sua obra central não é apenas marcada por um misticismo intenso e sincrético, mas também por uma modernidade excepcional.