Brunet, Guy

França, 1947

Guy Brunet tinha 16 anos quando começou a encher os cadernos escolares com guiões (mais de 350 no total). Gradualmente passou também a desenhar –  primeiro usou lápis de cor para criar os seus guiões e, mais tarde, desenhou e pintou os seus próprios cartazes de cinema no verso dos que herdou do seu pai (que tinha gerido um pequeno cinema). Começou por recorrer à tinta normalmente utilizada na construção, passando depois a usar a tinta acrílica. Por fim, começou a recortar figuras de cartão para retratar um grande número de atrizes, atores, realizadores de cinema e produtores: devolveu-os à vida e emprestou-lhes uma voz, animando-os dentro de cenários muito imponentes e que ele mesmo criou. Este foi então o último passo antes de produzir realmente um filme, que realizou colocando uma pequena câmara digital num tripé. Criador autodidata, Guy Brunet serve-se sobretudo de materiais e suportes recuperados: velhos televisores que desmonta, usando a sua carcaça para albergar os seus cenários em miniatura; recorre também à parte de trás de cartazes de cinema, caixas de cartão com chocolate em pó e capas de discos LP. Desenha a partir da cultura cinematográfica da sua infância para todos os temas e assuntos das suas obras. O amor e a nostalgia inspiraram Brunet a dar vida ao período que o confortou durante a sua juventude.

Fonte: Adaptada de Collection de l’Art Brut Lausanne

© Cortesia christian berst art brut