Huergo, Carlos Javier Garcia
Cuba, 1969
Carlos é licenciado em Matemática. Em 1990, a sua mãe morreu subitamente enquanto ele estava na Checoslováquia (hoje República Checa) para fazer uma pós-graduação. Durante a sua permanência no estrangeiro começou a apresentar graves disfunções comportamentais misturadas com ações agressivas com os colegas de escola. O seu comportamento agressivo tornou-se muito perigoso, fazendo com que regressasse a Cuba usando um colete-de-forças e sedado. Uma vez em Cuba, foi internado num hospital psiquiátrico e submetido a tratamento com drogas psicoativas e a sessões de eletrochoques. Foi diagnosticado com esquizofrenia paranóica. A partir desse momento, viveu num estado de alienação permanente e foi internado várias vezes em instituições psiquiátricas. Possui atitudes paranóicas e desconfiadas, mantendo-se em constante estado de alerta perante o mundo externo. Por vezes apresenta um comportamento agressivo com pessoas conhecidas e também desconhecidas. Algum tempo depois do início do diagnóstico, Carlos começou a desenhar. Gosta de usar uma paleta de tons pastel em pedaços de caixas de cartão reciclado, capas velhas de discos de vinil, pedaços de mesas de madeira e páginas gastas de jornais e revistas. Nos seus desenhos, harmoniza a realidade da matemática com o imaginário pessoal. Recria um mundo híbrido de companheiros que estão sempre na sua consciência; como anjos ou demónios que habitam na sua mente falando com ele. A figura humana, frequentemente colocada em primeiro plano, ocupa o lugar mais elevado nas suas representações. Utiliza também o seu próprio alfabeto numérico, algoritmos e jogos de palavras como parábolas sobre a sua vida, criando desenhos a partir dos seus pensamentos abstratos.