Cissé, Mamadou

Senegal, 1960

Mamadou Cissé nasceu em 1960 em Baghagha, Senegal. Sempre se mostrou interessado por arte: enquanto criança, experimentou desenho e escultura na escola. Quando tinha 18 anos, Mamadou mudou-se para França onde continuou os seus estudos, mas foi forçado a abandoná-los devido à falta de apoio financeiro. Começou a trabalhar nas indústrias de tapeçaria e decoração antes de se tornar aprendiz numa padaria. Trabalhou como padeiro por mais de 19 anos, suspendendo por completo a sua experiência com a arte. Foi apenas depois de ter começado a trabalhar como segurança que Mamadou começou novamente a criar. O seu primeiro desenho foi a Ponte da Normandia. Mamadou explica que as construções humanas que desafiam a Natureza o seduzem. Nos seus trabalhos, Cissé assume uma abordagem simbólica: começa por esboçar um monumento representativo de uma cidade em particular e desenvolve um desenho à sua volta. Mamadou explica que a sua intenção não é uma representação rigorosa de um mapa, mas sim um potencial mapa. O artista tenta olhar para o futuro e misturar a sua visão com uma que possamos ver num postal. Isto vai ao encontro daquilo que ele chama de “ampliação” da cidade: Mamadou frequentemente inverte a perspetiva de uma forma que o espectador consegue penetrar, aceder a uma rua em específico numa infinidade de outras. Cissé é fascinado com o planeamento urbano e a maximização do espaço habitável. Ele espera que os seus desenhos desencadeiem uma mudança nas nações africanas: ao reproduzir capitais europeias, Mamadou sublinha a sua harmonia e equilíbrio, elementos que faltam a muitas cidades africanas. Mamadou Cissé alcançou reconhecimento em 2007 e, desde então, tem exposto em França e na Alemanha. A sua exposição a solo mais recente foi na Galeria Bernard Jordan em Zurique. A última exposição coletiva “Histoires de Voir” foi realizada na Fundação Cartier em Paris em 2016.