Molinier, Pierre
França, 1900 - 1976
Criador e “criatura”, Pierre Molinier nasceu numa sexta-feira 13 de 1900 e suicidou-se 76 anos depois. Conhecido sobretudo pela natureza escandalosa das suas obras, o artista radicado em Bordéus foi pintor, desenhador, poeta e fotógrafo e desenvolveu um fascínio por todas as coisas andrógenas. Molinier passou grande parte da sua carreira a trabalhar isolado, exilado do panorama artístico local e nacional. Foi expulso do Salon des Indépendants de Bordéus em 1951, no meio da controvérsia sobre a sua pintura orgíaca do mesmo ano, Le Grand Combat. Os surrealistas primeiro acolheram-no e depois rejeitaram-no. As suas pinturas e foto montagens, nas quais recortava e reorganizava a sua própria imagem, transformando-a num ser multissexual e de muitos membros, certamente apelaram ao interesse do grupo pelos desejos reprimidos, pelo fetichismo e pela transgressão da moral burguesa. De qualquer modo, os auto-retratos manipulados de Molinier e as representações de si próprio como uma boneca sexual de borracha tinham mais em comum com aqueles que estavam à margem do surrealismo, como Bellmer e Claude Cahun. Foi apenas nos últimos anos da sua vida que foi redescoberto por uma geração de artistas que exploraram a performance de género, como o artista suíço Luciano Castelli. Molinier foi incluído na exposição inovadora de 1974, com curadoria de Jean-Christophe Ammann ‘Transformer: Aspects of Travesty’ no Kunstmuseum Lucerne, Suíça e alcançou postumamente notoriedade, influenciando artistas tão diversos como Ron Athey e Cindy Sherman